Seguro Viagem: como eu quase perdi R$ 83.359,20

Você pagaria R$ 83.259,20 por conta de uma internação de 2 dias para tratar uma infecção na garganta?

Pois bem, essa uma história real, com provas em foto e que por muito pouco não acabou com a minha primeira viagem para Orlando.

Tudo parecia mágica. Eu e minha esposa estávamos realizando um grande sonho: conhecer Orlando, seus parques e atrações incríveis.

Antes disso já tínhamos conhecido outros lugares dos Estados Unidos, mas “a terra do Mickey” tem uma magia especial.

Já tínhamos visitado Sea World, Universal Studios, Islands of Adventure, Magic Kingdom e Epcot até chegar o dia do tão aguardado pela minha esposa, Animal Kingdom.

Ela ama bichos (se pudesse, teria um zoológico).

No início do dia ela parecia flutuar de tão feliz, nem sequer no pior dos pensamentos imaginava que no final do dia eu iria chorar pensando que ela tinha morrido (e sim, isso aconteceu).

Curtindo o Animal Kingdom

Começamos a andar por todo o parque conhecendo as principais atrações.

A fila do simulador “Flight of The Passage” estava em 3 horas, e como ela não vai em nada mais radical do que um passeio de barco, fomos direto ao Kilimanjaro Safaris.

Ao longo do dia tudo foi andando conforme o planejado: ela curtindo tudo que podia de princesas, personagens, animais e shows.

Eu, entrando e saindo da fila da Expedition Everest como se não houvesse amanhã.

As coisas começaram a mudar quando ela saiu do show do Nemo e me disse que estava com dor de cabeça.

Tomou um analgésico e foi para o próximo: show do Rei Leão.

A partir deste momento, tudo aconteceu tão rápido e piorou de uma maneira que ninguém poderia prever.

O começo do pesadelo

Ela saiu do show me dizendo que tinha quase desmaiado. De cara isso me preocupou, mas nem imaginava o que estava para acontecer.

Falei que era melhor a gente ir para casa e descansar.

Afinal, tínhamos mais um parque no dia seguinte, o Hollywood Studios.

Fomos de Uber para casa, ela dormiu no percurso e chegando em casa começou a reclamar de muita dor no corpo.

Nas palavras dela, sentia como “se o corpo estivesse queimando por dentro”, mesmo estando com uma temperatura normal.

Ela pediu por outro medicamento, tomou e dormiu. Quando acordou até parecia melhor. Tomou um banho e jantou.

Até que ela me pediu para ajudá-la a secar o cabelo.

Entre o momento em que ela ligou o secador e o pior momento da minha vida não devem ter passado nem 20 segundos.

Ela caiu da cadeira, desmaiada e tendo uma forte convulsão (algo que nunca tinha acontecido).

Até hoje não sei quanto tempo durou, mas para mim pareceu uma eternidade.

Comecei a tentar acordá-la e gritar incessantemente por ajuda, que infelizmente não chegou.

Até que ela acordou: meu coração voltou para em alguns segundos congelar novamente.

Com o resto de força que havia dentro dela, ela me disse:

“se eu desmaiar outra vez, não volto mais”.

“911, What’s your emergency?”

Peguei o celular e liguei no 911. Aquilo era inacreditável, não parecia estar acontecendo.

Quando a pessoa atendeu do outro lado falando “911, what’s is your emegency?” quase eu desmaiei junto.

Expliquei passo-a-passo tudo o que ocorreu.

A atendente ainda me mandou checar a respiração e se as extremidades dela estavam roxas.

Por fim disse para procurar um desfibrilador portátil no corredor do hotel e que se eu não soubesse como usar era para encontrar alguém que pudesse.

Graças a Deus não precisou.

Em menos de 2 minutos a ambulância já estava lá.

Fizeram todos os atendimentos iniciais e nos levaram para o hospital.

Mais terror.

Dentro da ambulância eu fui na frente, com o motorista.

Na parte de trás escutava a Eloísa (minha esposa) vomitando e a paramédica tentando controlar.

Até que… “silêncio”.

Silêncio ensurdecedor.

Ninguém me falava o que estava acontecendo.

Chegando no hospital, eu tinha uma convicção: “minha esposa morreu”.

Mais ainda quando o motorista disse que eu ainda não poderia vê-la, pois a entrada de acompanhantes era separada da dos pacientes da emergência.

Ignorei. Eu precisava saber se ela estava viva.

Como bom brasileiro, driblei o motorista da ambulância e fui em direção a maca.

Então a Elô acenou para mim. Desmoronei.

“Deus, obrigado, ela está viva!”

Sabendo que ela estava viva, respeitei a regra e fui dar entrada no hospital enquanto ela era recebida na emergência.

Aguardei por cerca de 45 minutos até que me autorizaram a ir para o quarto da emergência onde ela estava sendo atendida.

Lá, ela ainda estava mal, mas viva e consciente na medida do possível.

Ajudei a traduzir para os médicos um pouco do que tinha acontecido e então eles disseram que o ideal era internamento.

NUNCA VÁ PARA OS EUA SEM SEGURO VIAGEM

Nessa hora eu comecei a perceber o valor de um bom seguro viagem.

A administração do hospital me chamou para conversar e disse que eu precisava acionar o seguro para eles mandarem a documentação para o fax do hospital.

Achei que seria burocrático e nessa altura eu já nem me importava com quanto iria custar.

Para minha surpresa, foi super simples. Com algumas mensagens para o Whatsapp da seguradora tudo foi resolvido.

Fomos levados para um quarto individual, super moderno e completo.

Devo ser sincero e dizer que a qualidade do atendimento mudou para muito melhor depois que a seguradora resolveu as pendências com o hospital.

O atendimento surreal dos médicos americanos

Vai parece exagero, mas prometo, foram 26 médicos atendendo a Eloísa em um período de 50 horas.

Só na madrugada da internação foram uns 8.

Exames e mais exames.

Nesse período, não deram nada além de analgésicos e soro. A preocupação era confirmar com 100% de convicção o que ela tinha.

Na manhã seguinte, perto das 5 horas no fuso de Orlando, um médico veio até o quarto para conversar.

Perguntou-me: “Quando vocês retornam para o Brasil?”

Respondi: “Segunda-feira.”

E aí o balde de água fria. Disse o médico:

“Não creio nisso. E se eu estiver correto, nem na próxima segunda vocês irão retornar”.

Meu coração já não aguentava mais.

Eles identificaram a infecção na garganta, mas por conta dos outros sintomas pensaram que a bactéria já poderia estar no sangue.

Iriam então começar com os antiobióticos e mais uma longa bateria de exames (uma tortura para minha esposa que tem fobia de agulhas).

Colheram sangue de 5 lugares diferentes para as culturas de sangue.

A mágica dos antibióticos

Antibióticos, anti-térmico e, em alguns minutos, a Elô já parecia bem melhor.

Desde o momento da internação ela já vinha recebendo soro e analgésicos, mas o antibiótico teve efeito quase imediato.

Pediu para comer e começou a conversar mais. Ali percebi que ela ia viver para contar a história 🙂

Resumindo as próximas horas em poucas palavras: diversos médicos avaliando o caso a cada hora, analisando exames e cuidando de nós.

Além disso, diversão e muita conversa com as enfermeiras.

O clima já era outro.

No final do dia, a melhor notícia: um dos doutores, não o chefe, checou o resultado dos exames e disse que não havia infecção no sangue.

Momento de muita alegria e depois de 40h sem dormir, naquela noite pude descansar.

Na manhã seguinte a Elô conseguiu caminhar e já parecia forte.

Por volta das 10h da manhã, o doutor Vipin Popat, responsável pelo caso veio ao quarto e disse o que queríamos ouvir:

“Que bom, eu estava errado! Os exames estão ótimos e vocês vão poder ir para casa hoje.”

Que alegria!

No final das contas, era só uma infecção na garganta e um caso agravado de desidratação.

Fez muito calor em Orlando no dia em que estávamos no Animal Kingdom e bebemos pouca água.

O preço de um atendimento emergencial e internação nos Estados Unidos

Se lá atrás comecei a perceber o valor de um bom seguro viagem, na hora da alta eu rendi graças a Deus por ter feito (de última hora, quase desisti de fazer pois não conseguia contato com o agente da seguradora).

O preço desse atendimento foi U$ 14.780,00.

Na cotação de hoje, R$ 83.359,20.

É lógico que esse valor não seria nada perto de perder minha esposa.

Mas como no final das contas era algo simples, R$ 83.359,20 por 2 dias no hospital me parece exagero. Portanto, mais uma vez: não viaje sem seguro viagem.

O desmaio foi por decorrência da desidratação. As dores e a febre, por conta da infecção.

No final das contas, o melhor possível. A seguradora cobriu todos os custos, a Eloísa saiu do hospital super bem e não perdemos nosso vôo.

Considerações finais

Longe de casa o mais simples dos problemas pode se tornar em situação complicada muito rápido.

Se ela tivesse recebido os antibióticos nas primeiras horas quem sabe a gente nem teria posado 2 noites no hospital.

Por mais que pareça um custo alto num primeiro momento, não deixe de fazer um bom seguro viagem.

Para você que procura um bom lugar para fazer o seu seguro, eu consegui uma super parceria para os leitores do blog. É uma das maiores empresas de seguro do Brasil, com a vantagem de no site deles você poder comparar os melhores preços e empresas antes do fechamento.

Eles também possuem um ótimo atendimento, tanto por telefone quanto por Whatsapp, que acaba sendo bem mais simples e prático.

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Sobre marcas, não tenho problemas em indicar a GTA. Não tenho qualquer contato com ninguém da empresa, mas gosto de indicar pois prestaram um serviço impecável no momento em que mais precisei.

Sobre seguro, a ideia é sempre comprar e torcer para não precisar usar.

Mas caso precise, eu garanto, isso fará toda a diferença.

Isso tudo não nos desanimou de viajar 🙂

Por conta da internação, acabamos perdendo de ir no Hollywood Studios e o show do Animal Kingdom.

Mas não ficaria assim.

Esses somos nós, em Janeiro, no Hollywood Studios 🙂

Foco na garrafinha de água na mão, dessa vez a desidratação não iria nos pegar.

Espero de verdade que vocês tenham gostado deste artigo.

Além disso, quero muito a sua ajuda.

Como este é o meu primeiro post aqui no blog, gostaria de saber o que você achou.

Se for possível, deixa um comentário aqui 🙂

Um abraço! André.

7 comentários

  1. Boa tarde André, muito bim seu post, sempre viajo com seguro, mas nunca precisei utilizar, Graças a Deus.
    Sempre tive dúvidas se na hora H, o seguro iria realmente garantir o contrato, com todos os valores discriminados.
    Agora entendo porquê a cobertura da apólice do seguro é tão alta.
    Muito bom o post e bem relatada o sua preocupação e o seu desespero.
    Parabéns.

    • Valeu Carlos! Sim, as apólices são bem altas por conta disso. Obrigado pelo comentário e espero que nunca precisem utilizar! Boas viagens para vocês 🙂

  2. Vim por conta do primeiro “arrasta pra cima” do Instagram haha
    Você escreve muito bem, André! Na próxima vez que eu for viajar, vou fazer um seguro viagem.
    Obrigada por compartilhar a história da Elô com a gente!
    Abraços!

    • Ah, que massa Hedlaine 🙂
      Que bom que gostou do texto e o principal: vai fazer o seguro para viajar haha.
      Fica ligada que sempre vai ter coisa nova por aqui!
      Muito obrigado.
      Abraço!

  3. Nossa, que susto que vcs passaram. Ainda pior longe de casa. Mas graças a Deus, que no fim tudo deu certo!! 🙏🏻🙏🏻 Adorei a dica do seguro, nunca imaginei que pudesse ser importante.
    E sucesso aqui no blog!!! Já sou fã do Instagram, rs.

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